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Sabores do Norte de Minas Gerais

Publicado em 03 de dez de 2020 às 14:00

    Viajar vai além de conhecer os pontos turísticos; também envolve conhecer a cultura e as tradições do destino. Em Minas Gerais, não há nada melhor do que fazer isso experimentando sua culinária riquíssima. Por ser extenso e coberto por diferentes biomas, o estado de Minas Gerais abarca uma enorme variedade de pratos típicos. O Norte de Minas, onde predomina o Cerrado, além de abrigar a culinária tradicional, presente em todo o estado, tem suas particularidades, tornando o turismo gastronômico fascinante.
    Próximo às margens da BR-135, nos mu- nicípios de Curvelo, Augusto de Lima e Morro da Garça, os viajantes encontram lugares para experimentar essa variedade, tendo destaque os pratos com o pequi, fruto do Cerrado, a carne de sol, também conhecida como carne serenada, e o queijo, tradicional em todo o estado.

Pequi, o fruto símbolo do Cerrado

   Encontrado em alguns estados do país onde predomina o Cerrado, o fruto é muito utilizado na culinária do Norte de Minas, sendo a cidade de Curvelo conhecida, por muito tempo, como a capital do pequi, localizada a 170 km de Belo Horizonte. De cor  verde, quando maduro, o pequi possui  um caroço revestido de uma polpa macia e amarela, a parte comestível, e sua safra vai de novembro a fevereiro. Um dos preparos mais tradicionais com o fruto é o simples arroz com pequi refogado, muito consumido no Norte de Minas.
Chefe de cozinha do Empório Donna Thê, em Curvelo, Sérgio Figueiredo descreve o sabor do pequi como sui generis, já que não se assemelha a nenhum outro sabor. “O pequi tem um sabor excêntrico e acentuado, que pode acabar ‘roubando’ o sabor dos outros ingredientes do prato. Ao mesmo tempo, você pode transformá-lo em várias coisas”, explica.
   Entre os exemplos, Sérgio cita o doce, o azei- te, o licor, o pralinê e o sorvete, além da farofa de pequi, presente em um dos pratos que mais faz sucesso no Empório Donna Thê. Valorizando a cultura local, o prato éa combinação entre igua- rias altamente consumidas em Minas Gerais: a picanha suína, o molho barbecue de goiabada e a farofa de pequi.
   “É um prato que prestigia a região, cujos alimentos são originários da produção local. É uma combinação muito inusitada, sendo um prato mais agridoce, que consegue harmonizar bem todos esses sabores, principalmente o do pequi”, explica Sérgio. Além disso, ocardápio do Donna Thê oferece outros pratos com ingredientes regionais, como asobremesa de sorvete de queijo com espuma de doce de leite e calda de goiabada.

Carne de sol, a deliciosa iguaria do Norte mineiro

   Salgar a carne era uma das técnicas de conservação mais utilizadas quando ainda não existiam meios de refrigeração. Consumida há mais de 400 anos, a carne de sol surgiu a partir desse processo, trazido pelos portugueses no século XVII.
   A iguaria leva esse nome porque, no início, era feita em duas etapas: salgando a carne e secando as peças ao sol, sendo necessário um clima seco, como o do Norte de Minas Gerais, para a leve desidratação. Esse processo torna a carne mais saborosa e, apesar da desidratação, permanecem a umidez e suculência da parte interna.
   Atualmente, o sol não é mais utilizado para a desidratação, mas um local coberto e ventilado. A carne de sol é versátil e pode ser apreciada em uma refeição principal, tira-gosto, farofa, escondidinho ou simplesmente misturada ao arroz, como é o caso do restaurante Mocambo, localizado às margens da BR-135, no município de Augusto de Lima.
   Com opções tradicionalíssimas da cozinha mineira, o self-service do Mocambo oferece o arroz carreteiro com carne de sol desfiada. Além dos ingredientes principais, o prato leva bacon, linguiça paio, alho, cebola, salsa e cebolinha. Segundo a proprietária do restaurante, Martha de Paula, a iguaria é trazida da cidade de Montes Claros, também no Norte de Minas, e famosa pela produção da carne de sol. No restaurante, encontramos os residentes de São Paulo Lara e José Horta, com seus dois filhos, que contaram que vêm para Minas uma vez por mês e sempre almoçam no Mocambo. Para Lara, é o melhor restaurante da região. “Hoje, inclusive, iríamos embora mais cedo, antes do almoço. Mas decidimos adiar a volta para podermos almoçar aqui no Mocambo e comer a comida tradicional do norte mineiro”, ela disse. José completou dizendo que “a comida é muito boa e o lugar, aconchegante”.
   Além do arroz carreteiro com carne de sol, entre outras opções, o Mocambo oferece frango com quiabo e angu, prato tradicional em toda Minas Gerais. 

Queijo, patrimônio gastronômico e cultural de Minas Gerais

   Presente nas mesas da maioria dos brasileiros, o queijo é degustado em todo o mundo e, apesar da origem milenar, carrega consigo a identidade da culinária mineira.
   O queijo é um dos ingredientes mais versáteis da gastronomia, podendo estar presente em todas as refeições do dia, desde o café da manhã ao jantar, seja ralado, fatiado ou derretido. Ele pode ser utilizado no preparo de sanduíches, saladas, massas, carnes, frutos do mar e sobre- mesas, sendo, muitas vezes, responsável por dar um sabor especial às receitas.
   Uma das iguarias mais conhecidas de Minas Gerais é o pão de queijo. Porém, uma de suas variações, também muito apreciada, é o biscoito de queijo, muito tradicional nas padarias e nas casas dos mineiros e que difere em formato e composição do “original”.
No Norte de Minas, na cidade de Morro da Garça, o biscoito de queijo é servido no café da manhã da Pousada Sol e Lua do Sertão e, de tão saboroso, os hóspedes acabam levando a receita para casa.
   A receita e o preparo são de Tia Rosinha, proprietária da pousada, que procura dar trata- mento personalizado aos hóspedes. “Se o cliente vai sair às 5h, às 6h30min ou às 9h, o café está na mesa. Eu asso o biscoito de acordo com o horário que ele vai sair para ficar quentinho”, explica.
   Um dos exemplos dessa delicadeza de Tia Rosinha é o tratamento que dá ao grupo de peregrinação Caminho de Rosas, dedicado ao escritor Guimarães Rosa e que passa por Morro da Garça. Ao longo da madrugada, o grupo sobe o morro que dá nome ao município para assistir o nascer do sol. Tia Rosinha, então, sai por volta das 3h da manhã para preparar a mesa de café para os peregrinos no topo do Morro da Garça.
   No café da manhã da Pousada Sol e Lua do Sertão, junto ao biscoito de queijo, são servidos sucos, café, leite, frutas e bolos variados com o toque caseiro de Tia Rosinha.